Gabinete Poético
com Nelo SebastiánImagina que assistes a um espetáculo sem saber muito bem o que vais encontrar. Quando chegas ao local, dirigem-te a uma sala escura. Recebem-te com um acordeão, e a partir daí vão-te pedindo que escolhas objetos, que lhes dês nomes, que toques uma caixa de música… As tuas decisões serão as que configuram este espetáculo de poesia, teatro de sombras, música e improvisação.
O resultado final é uma apresentação teatral em que se projetará o resultado do produto criado. Esprememos a esponja e do seu sumo despertam sombras, a palavra, a música e a cor. O espectador leva num papel o poema escrito e sairá da sala com uma experiência única, poética, íntima e difícil de explicar a quem quer que seja, despertando assim a curiosidade dos outros. Realizar-se-ão sessões contínuas de 8 minutos aproximadamente.
Entrada Livre
6 e 7 DE JULHO16:00-19:00Sala de Sócios do Clube da Sertã (mapa)
Romance ao contrário-concerto narrativo
com Marco FigueiredoWilliam Faulkner disse um dia, que o escritor só escreve meio livro, a outra parte é escrita pela imaginação do autor, escreveu assim, até ao fim, sem esperar que o leitor concluísse o seu raciocínio.
Quando lemos um livro, é o texto que nos revela imagens, espaços e tempos onde imaginamos a ação desfiar-se. Aquilo que propomos neste concerto narrativo é o exercício inverso, baseados no recém publicado livro “A sertã a preto e branco” “memórias de 1974”, alguns escritores convidados vão estar no palco, a desfiar as meadas de película criativa que lhes perpassam os obturadores do hemisfério direito, baseados nas imagens do livro, projetadas na tela.
O público pode, e deve intervir, ao acender um foco de luz, dará indicação ao responsável técnico que tem algo a acrescentar ao entrelaçar de vidas e espaços criados em tempo real.
Ao longo de todo este processo, o pianista Marco Figueiredo vai criando uma banda sonora, em tempo real, de toda a ação criada.
Um espetáculo para testar a capacidade de improvisação de todos os intervenientes, e talvez a capacidade de memória de alguns espetadores.
Quem sabe, alguém presente, foi presença do histórico passado, quem sabe, alguém presente, será presença do estórico futuro.
Entrada Livre
6 DE JULHO19:00Cineteatro Tasso (Sertã) (mapa)
Espetáculo “Terra encantada”
Com Marco Figueiredo e Miguel CalhazSessão de projeção de três curtos registos cinematográficos do início do séc. XX do cineasta Silvino Santos (“A Exposição da Independência” (1922), “Sernache Bom Jardim” (c.1929) e “Terra Encantada” (1923)), com trabalho de composição e arranjos musicais interpretados ao vivo e em tempo real pelos músicos Marco Figueiredo e Miguel Calhaz.
Entrada Livre
6 DE JULHO21:30Cineteatro Tasso (Sertã)
Pinguim fora de portas
com Rui Spranger, Renato Filipe Cardoso, Isaque Ferreira e Hugo AraújoAs segundas de poesia do Pinguim Café acontecem há 33 anos. Iniciaram-se com o poeta e ator Joaquim Castro Caldas em 1988 que permaneceu até 1996, seguindo-se-lhe o poeta Daniel Maia-Pinto Rodrigues, o Amílcar Mendes, o Pedro Lamares, o Isaque Ferreira, a Cristina Bacelar e desde 2002, por Rui Spranger.
Sessão aberta às intervenções de leitura poética, replicando as icónicas noites de poesia do Pinguim Café conduzidas por Rui Spranger.
Entrada Livre
6 DE JULHO23:45 Clube da Sertã
Poesia à La Carte
Com Andante Associação ArtísticaA Chef Andantinni tem propostas poéticas para todos. Escolha do cardápio um poema e deguste-o nesta esplanada ao ar livre.
Venha viver uma experiência única!
Se num restaurante não está à espera que o seu prato seja servido a todos, aqui, o poema que escolheu, é só para si.
Temos o sistema tecnologicamente mais avançado para o levar das mãos da nossa Chef até aos seus ouvidos.
Poesia à la carte: um momento único na sua vida!
Entrada Livre
7 DE JULHO
9:30Mercado Municipal da Sertã
19:00Feira do Livro (Casa da Cultura da Sertã)
Silêncio, que se vai cantar poesia
com Marco Figueiredo, Miguel Calhaz e Rui DavidDois músicos Sertaginenses convidam um músico Pedroguense.
A música é o mote, a poesia o argumento, e a amizade o sustento deste projeto que se propõe musicar os grandes poetas Portugueses.
Fernando Pessoa, Miguel Torga, Florbela Espanca, são alguns dos poetas que vão desfiar o novelo de canções que estes três músicos criaram para este projeto.
A maratona de leitura é mais uma vez palco de um projeto inédito, criado de raiz para aquele que já é um dos grandes eventos literários do panorama nacional.
Entrada Livre
7 de julho 22:30Casa da Cultura da Sertã
DECLANTO
Com Miguel Calhaz e Rui Oliveira(As histórias dos poemas das canções...)
"Que histórias se escondem por detrás dos poemas das canções? Quantas palavras se diluem na escuta do poema de uma canção?
E que diferentes interpretações de sentido fazemos das frases cantadas e declamadas? E como se espelham as mesmas na vastidão do nosso imaginário?"
Serão estas as principais reflexões que nos irão conduzir neste novo conceito de performance, aliando a declamação e a narrativa à canção. "Declanto" um espetáculo que assenta na parceria dos dois músicos em torno dos poemas das canções de vários autores consagrados.
Entrada Livre
8 DE JULHO
00:20 10:30 13:50 17:0019:10Cineteatro Tasso - Sertã (Palco das 24h a ler)
21:45 Castelo da Sertã
O Manifesto Pelos Leitores de Poesia
com Pedro Lamares e Filipa Leal, com participação de Carolina RochaEntre o teatro e a escrita, a longa colaboração e, também, duradoura amizade entre os dois entrelaça-se nessa bonita trança que é a poesia.
Das noites de declamação nas caves do Café Pinguin, no Porto, até à tela da RTP2, em programas como “Literatura Aqui” ou “Nada Será Como Dante”, a divulgação literária e poética marca essa parceria com 25 anos existência.
Num estilo provocador e irónico a dupla lê e o diz “O Manifesto Pelos Leitores de Poesia”, da autoria de Filipa Leal, livro editado pela Abysmo, em 2015.
Entrada Livre
8 DE JULHO00:30Cineteatro Tasso - Sertã (Palco das 24h a ler)
Performance “4x100+100”
com Ana Cristina Pereira, Filipe Lopes, José Carlos Tinoco e Marco Figueiredo2023: Natália Correia, Mário Cesariny, Eugénio de Andrade e Mário Henrique Leiria
1923 foi um ano que viu nascer alguns dos maiores vultos da literatura portuguesa. Em “4x100+100” propõe-se uma viagem através do último século português, pela escrita de Eugénio de Andrade, Natália Correia, Mário Cesariny de Vasconcelos e Mário-Henrique Leiria. Diferentes olhares sobre um país amordaçado em que apenas a genialidade e (tantas vezes) a ironia eram capazes de romper os grilhões. A estes ilustres portugueses junta-se a Prémio Nobel polaca Wislawa Szymborska, com uma visão simultaneamente distante e tão próxima.
Um recital “conversado”, com piano de Marco Figueiredo, vozes de Filipe Lopes, Ana Cristina Pereira e José Carlos Tinoco,
8 DE JULHO1:30Cineteatro Tasso - Sertã (Palco das 24h a ler)
Facas na língua
Interpretado por Rui Spranger ao piano com Miguel MeirinhosReúne alguns dos textos mais inconformistas do séc. XX e XXI, como são exemplos a "Ode Triunfal" e "Tabacaria" de Álvaro de Campos ou já no séc. XXI "O Pensamento Operário" de João Habitualmente.
Concebido e interpretado por Rui Spranger junta-se o piano de Miguel Meirinhos.
Entrada Livre
8 DE JULHO03:00Cineteatro Tasso - Sertã (Palco das 24h a ler)
Concerto de leitura “O homem que só queria ser Tóssan”
Por Miguel Gouveia (Bruaá)O que é um concerto de leitura?
Numa das suas várias crónicas sobre a leitura, Rubem Alves termina desta forma: “Há concertos de música. Por que não concertos de leitura? Imagino uma situação impensável: um adolescente prepara-se para sair com a namorada, e a mãe pergunta: "Aonde é que vais?". E ele responde: "Vou a um concerto de leitura. Hoje, no teatro, vai ser lido o conto “A terceira margem do rio”, do Guimarães Rosa. Porque é que tu e o pai não vêm?". E então, pai e mãe, envergonhados, desligam a televisão e preparam-se para sair…”
Em tudo parecido a um concerto de música, no concerto de leitura apenas muda a natureza da partitura. O restante mantém-se: a apresentação de um programa e um solista enquanto canal por onde passa a música dos textos. Mais que um ator, o leitor sonoro é um encenador que partilha com o público uma leitura segundo a sua sensibilidade, pois a leitura em voz alta, ao interpretar obras de arte, pode ser uma arte, mas não é uma ciência. Da mesma forma que uma peça musical é interpretada de forma diferente por dois intérpretes, também o mesmo acontece num concerto de leitura. No entanto, o objetivo principal mantém-se: amplificar a literatura pela voz e fazer ouvir a música dos livros perante um público.
Quem foi Tóssan?
«Tóssan era o humorista total, o poeta do absurdo, o declamador de memória prodigiosa, o incrível conviva que reinava em jantares e festas, desfiando ininterruptamente histórias fantásticas que muitas vezes eram apenas episódios da sua vida real, o eterno apaixonado pela infância, que brindava as crianças que não teve com jogos desenhados e papéis recortados. Tóssan era o vulcão explosivo que contagiava tudo o que tocava. Foi assim no Teatro Lethes em Faro, no Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra, na Embaixada do Brasil, no Diário de Lisboa e na editora Terra Livre. Escrevia para a gaveta, em centenas de papéis rabiscados com ideias, esboços e poemas completos, de um nonsense e humor irresistíveis, a dar um sentido à vida, que Tóssan acreditava absurda. A célebre 'Ode ao Futebol', escrita em 1945, só veio a público em 1969, declamada no Zip Zip e impressa no jornal A Bola. Raúl Solnado e Mário Viegas apreciavam-no e vaticinavam glórias que Tóssan nunca quis cumprir. Na memória dos seus contemporâneos, avessa a registar datas e papéis, ficou para sempre o Tóssan absurdamente cómico e genialmente humano. Designer e ilustrador, foi tão bom como os melhores, sempre a favor dos ventos, mesclando nas páginas impressas as influências dos grandes artistas seus contemporâneos. Animalista exuberante, os seus gatos, rãs, macacos, girafas e elefantes, bicharada da sua predileção, compuseram um bestiário decorativo a que chamou 'Lógica Zoológica', e que generosamente espalhou pelo jornal O Bisnau e pelas casas de familiares e amigos. A sua lendária indisciplina impedia-o de riscar num único sentido mas, contrariando a inevitável decadência que os anos trazem, Tóssan foi apurando o estilo e traçou, nos últimos anos de vida, um legado exemplar na ilustração de livros para crianças, inseparável do seu amigo de sempre, o poeta Leonel Neves. No espólio que Tóssan e Manuela nos deixaram, encontramos o seu fascinante processo de trabalho. Os desenhos multiplicam-se por fotocópia ou decalque a grafite, com sucessivas e subtis alterações até à obra acabada. Afinal, o indisciplinado Tóssan era um perfecionista. Não há melhores palavras para definir o artista do que as proferidas pelo historiador e ensaísta brasileiro, embaixador Alberto da Costa e Silva: 'Não queria ser um grande artista, nem um grande ator, escritor ou pintor. Ele queria ser o Tóssan e o Tóssan ele foi plenamente.»
Jorge Silva
Entrada Livre
8 DE JULHO04:30Cineteatro Tasso - Sertã (Palco das 24h a ler)
Performance poética “Deste mundo e do outro”
pelos PICANo princípio era o verso. Os homens e as mulheres espalharam-se pela terra e começaram a pôr em prosa o que estava em verso. Depois veio o resto. Uns estavam maravilhados. Outros estavam cansados. Mas lá foram andando, umas vezes bem, outras nem por isso. Até que descobriram que precisavam de um olho mágico para chegar ao íntimo da vida e voltar ao princípio.
Entrada Livre
8 DE JULHO15:30Cineteatro Tasso - Sertã (Palco das 24h a ler)
O Poema Ensina a Cair com os Poetas ao Domicílio
Com Raquel Marinho e João Paulo Esteves da SilvaRaquel Marinho e João Paulo Esteves da Silva juntam-se aos Poetas ao Domicílio da Maratona de Leitura para um recital de poesia e piano a partir da obra de poetas portugueses contemporâneos, numa atividade criada pela Associação Cultural Casa de Gigante e pelo projeto O Poema Ensina a Cair.
A 11.ª Maratona de Leitura conta este ano com 11 poetas contemporâneos que vão, como o nome indica, deslocar-se ao domicílio dos residentes para ler poesia e trocar dois dedos de conversa. É sobre a obra desses poetas que Raquel Marinho, autora do projeto O Poema Ensina a Cair, e João Paulo Esteves da Silva, pianista, criam o recital de poesia e piano.
Entrada Livre
8 DE JULHO19:20Cineteatro Tasso - Sertã (Palco das 24h a ler)
"Jogos infantis”
Espetáculo de BalletExcerto do último espetáculo apresentado pela Escola de Ballet da Associação d Artes Tullio Vitorino.
A partir da pintura de Pieter Bruegel com o mesmo nome. Na obra o artista representa um grande número de jogos e atividades lúdicas do século XVI, sendo muitos deles identificáveis e ainda usados até os dias de hoje.
Entrada Livre
Foto: ©DR
8 DE JULHO21:00Castelo da Sertã
Stand-Up Poetry
com Renato Filipe Cardoso, Isaque Ferreira e Rui SprangerO escárnio e maldizer sempre estiveram intimamente ligados à poesia. O humor tem sido usado com abundância e mestria pelos escritores portugueses. Amor, sexo, dinheiro, vida animal, vida vegetal, culinária, futebol, religião, política e o dia-a-dia corriqueiro, nada está a salvo da pena atenta e da língua mordaz dos poetas. O coletivo RIR, Rui Spranger, Isaque Ferreira, Renato Cardoso reúne os mais cómicos textos de poesia, prosa e crónicas e dá-lhes um toque ainda mais apimentado para garantir gargalhadas em verso. Bai ser uma noite irudita, carago!
8 DE JULHO22:00Castelo da Sertã
No país dos sacanas
com Poetry EnsembleNeste espetáculo são interpretados e musicados poemas de poetas que escreveram – e escrevem - durante e contra a opressão e a hipocrisia social e humana (e.g. Jorge de Sena, Alberto Pimenta, Natália Correia, Jorge Sousa Braga, Mário Cesariny, Mário-Henrique Leiria, Miguel Torga, Sophia de Mello Breyner, José Miguel Silva, entre outros). São poemas de ironia, sátira, surrealismo ou mesmo denúncia, que até hoje continuam a indicar o caminho da liberdade e da humanidade, desde tempos em que o mero exercício de pensar e criar livremente era proibido e severamente punido. Graças a eles somos livres, também, se continuarmos a dizê-los juntos e em voz alta, por um país com menos sacanas.
Entrada Livre
8 DE JULHO23:00Castelo da Sertã